Guerra e polarização
Que guerra é guerra, todos já sabemos. (será mesmo?) Aliás, eu tenho dito nas minhas rodas de conversa: as últimas guerras estão sendo muito diferentes, também pelo fato de serem transmitidas em tempo real, como nunca aconteceu antes, ao menos com o padrão tecnológico atual. Isso coloca o conflito na sala de estar de nossas casas. Mas isto é assunto para outra hora.
O que gostaria de abordar neste momento é sobre a escalada de guerras pelo mundo. As notícias são extremamente tristes e cada vez mais intensas, o que me faz pensar sobre o quanto sofrem as pessoas que não têm absolutamente nada a ver com estes conflitos.
É como se voltássemos para eras medievais, virarmos meio bicho. É inadmissível que uma população inteira pague por uma guerra impulsionada por interesses de uma minoria ou de grupos. Mas por que então nos empenhamos tanto, até mesmo quando distantes da realidade vivida – em definir quem está com a razão?
É inútil buscar um lado certo em um cenário onde, na verdade, a maioria perde. Não tem como encontrar razão onde ela própria não existe. Prefiro usar o meu tempo para refletir sobre como sofre uma mãe questionada por seus filhos sobre porque as sirenes tocam tanto ou por que as aulas estão suspensas. Ou sobre porque morrem tantas pessoas inocentes.
Talvez assim consiga ao menos me tornar uma pessoa um pouco melhor, ante um contexto de polarização que está arrebentando com tudo ao nosso redor.
Ilustração: @guilherme_bandeira.