
Sempre que o nome de Luis Fernando Verissimo surge nas conversas de bar, entre risadas e comentários sobre seu humor meio acanhado, gosto de brincar: “a culpa é do pai dele. Afinal, quem manda ser filho do Erico?” Mas a verdade é que Luis Fernando não ficou à sombra do pai. Criou um estilo próprio, único, com os pés firmes, fincados aqui no sul, mas com a cabeça livre, viajando por todos os lugares, rindo de si mesmo e do mundo.
Como bom cronista da vida cotidiana, tinha a arte de transformar um gesto banal em literatura, e de fazer a gente rir e pensar ao mesmo tempo. Orgulho do Rio Grande do Sul, que tem uma literatura pujante em todos os estilos. E, ainda por cima, colorado. Quer o que mais? (Sei que aqui haverá divergências kkk)
Eu adorava ler suas colunas na Zero Hora e tenho dezenas de livros do Luis Fernando aqui em casa. A verdade é que a produção literária dele tomou tal proporção, na crônica, que o conjunto da obra nos proporcionou histórias quase reais. Fantásticas. Como a do Analista de Bagé ou da Velinha de Taubaté.
Lembro de ter visto ele algumas vezes aqui em Porto Alegre. O seu jeitão chama a atenção, principalmente de que costuma ler seus textos. Uma vez, já faz um bom tempo, vi ele no antigo restaurante do terraço, da Casa de Cultura Mario Quintana. Ele se apresentava lá com seu saxofone e com o conjunto Jazz 6. Claro que o grupo era composto por cinco músicos, e não seis. Coisas do Verissimo.
Outras vezes lembro de tê-lo visto perambulando pelo Porto Alegre Jazz Festival. Uma vez tentei conversar com ele, num destes festivais, e tirei a prova real de que isso realmente é uma atividade monológica. O bom é que isso nunca foi problema para que ele se comunicasse com o mundo.
Melhor ainda foi ter tido Luis Fernando Verissimo entre nós. Aliás, isso também é culpa do Erico, viu?