
É curioso como o sabonete líquido se infiltrou em nossas casas, como quem não quer nada, até tomar o trono de senhor absoluto do banho. Hoje, comprar um sabonete em barra virou quase um ato subversivo — dizem por aí que é coisa de gente antiquada, fora de moda, um gesto “demodê”.
Mas sejamos francos: não podemos aceitar essa rendição passivamente. O sabonete em barra é pura tradição, é memória olfativa. Ele é compacto, cabe em qualquer cantinho, não precisa de bomba plástica para existir. É direto, intenso, honesto.
E quanto à acusação de “pouco higiênico”? Ora, essa é apenas uma desculpa esfarrapada, inventada para justificar embalagens caríssimas. Querem nos convencer de que a espuma do sabonete líquido é mais moderna. Bobagem! O sabonete em barra limpa a alma, não só a pele.
Defender o sabonete em barra, portanto, é mais do que uma escolha de higiene: é um gesto de resistência. Resistência contra o supérfluo.
É patrimônio cultural. Cabe a nós a resistência.