
Há não muito tempo atrás, o suficiente para até poucos dias atrás fingir que não lembrava, eu tinha uma posição firmada com relação a investir dinheiro numa máquina de lavar louça: dinheiro posto fora. Defendia meu posicionamento perante todos aqui em casa, com bravura.
Vivia repetindo: – A conta vai aumentar, não temos espaço, deixa que a louça é comigo! Virou birra.
Depois de anos de panelas engorduradas, copos amarelados e pratos guardados molhados, eu sucumbi, joguei a toalha. Cheguei à conclusão de que realmente eu não tinha razão. Resolvi comprar uma máquina de lavar louça.
Tem sido uma revolução. Um daqueles raros capítulos da vida masculina em que a gente percebe que talvez não estivesse exatamente com a razão. Bastou um ciclo de lavagem de 45 minutos para atingir este estágio.
Agora, a cada apito de ciclo concluído, sinto que me tornei um ser humano ligeiramente melhor. Não consigo mais imaginar como um dia tive a pachorra de defender a desnecessidade de uma máquina de lavar louça.
E o pior de tudo é que estou economizando energia elétrica.